sexta-feira, 28 de março de 2008

Os tempos clássicos

Há alguns anos, entrevistei a Roberta Marquez, bailarina formada pelo Teatro Municipal do Rio e hoje estrela do Royal Ballet em Londres, por canta da revista/livro Na Dança. Ela comentou um fato curioso para o Brasil. Quando foi escalada como primeira-bailarina convidada do Royal para dançar o papel principal de Giselle, alguns frequentadores do teatro passaram a escrever e a ligar para a organização para saber quem era ela. O que quero dizer é que esse tipo de atitude dimensiona a popularidade da dança por lá. Por isso, as livrarias especializadas recebem freqüentemente livros e DVDs de diversos assuntos ligados ao meio.
No Brasil, o acesso é infinitamente mais restrito. Os motivos são vários e de todas as ordens. Mas, a umas duas semanas atrás, encontrei na banca uma coleção que se chama O Melhor do Ballet, da Planeta DeAgostini, com aval de uma das mais reconhecidas bailarinas brasileiras, Ana Botafogo. São vídeos com os famosos balés de repertório. A primeira edição na banca traz uma versão do Royal Ballet para O Quebra-Nozes e um outro balé, Branca de Neve, coreografia de Ricardo Cué.
A primeira coreografia é, ao lado de O Lago dos Cisnes, uma das obras mais dançadas em todo mundo, em especial na época do Natal. Eu sempre acredito que essas obras são grandes palcos para os melhores bailarinos. Por isso, mesmo quem já viu algumas vezes, ainda consegue se encantar com as passagens e personagens um tanto caricatos. Em Branca de Neve, como não se trata de uma obra de repertório, faltam algumas informações no libreto, como a data da coreografia, pontos sobre a adaptação.
A iniciativa faz circular informações sobre a dança, mesmo que ainda esteja restrita aos grandes clássicos, com a possibilidade de oferecer a quem gosta a chance de ter uma videoteca com preços mais acessíveis. As gravações são de qualidade, com ótimos bailarinos. Vale a pena.


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