segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
Presente na dança
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Novas seqüências
segunda-feira, 26 de maio de 2008
segunda-feira, 5 de maio de 2008
Ismael Guiser e a dança paulista
quinta-feira, 17 de abril de 2008
Dança para menores
O pontapé inicial para essa companhia foi dado quando ela torceu o joelho e precisou se afastar um pouco. Nesse meio tempo, uma crise artística a fez questionar seu antigo trabalho.
A dança é feita por bailarinos de formação contemporânea, com assuntos que interessam aos meninos e meninas de hoje, sempre no sentido de salientar o corpo, a movimentação, as brincadeiras entre duas ou mais crianças. Entre as coreografias, Brincos & folias (1997), Entranças – descobrindo e redescobrindo o Brasil (1999) e RodaPé (2001). Alguns pontos ligam esses espetáculo: não subestimar a compreensão infantil, falar com propriedade, deixar claras as mensagens.
A companhia usa gestos do universo infantil, como o levantar de braços e pernas, a ocupação do chão ou ainda um ou outro modo típico da criança (pegar os pés com as mãos e levar até próximo à cabeça), mas não se limita a isso, tudo é mais sofisticado e ágil. Todas as partes do corpo são usadas em busca de uma comunicação. É um elaborado movimentar que encanta e, ao mesmo tempo, se aproxima da platéia.
Nessas danças-brincadeiras que se sucedem, um outro acerto, o entendimento de senso da urgência infantil. Com isso, o grupo consegue um tempo preciso, uma cena, quando chega ao ápice, é logo substituída. O uso da voz é tratado como extensão do corpo, mas, sem jamais, ultrapassar a linha da dança, trata-se de uma combinação de linguagem e não uma substituição.
Essa linha do tempo serve como apoio para entender a história do Balangandança. No entanto, o projeto foi mais longe, trouxe novos modos de experimentar o corpo, invertendo, possivelmente, a ordem de prioridade para seus participantes.
quarta-feira, 9 de abril de 2008
Ivonice Satie e um depoimento público
sexta-feira, 4 de abril de 2008
20 anos da Quasar Cia de Dança
Com medidas variadas entre os pontos descritos acima, as coreografias do fim da década de 90, particularmente Divíduo, de 1998, e Coreografia para Ouvir, de 1999, despontam pela acuidade do tratamento do corpo, dos temas e da aproximação entre eles. Esta última ainda é uma das mais apresentadas pela companhia. Nela, Rodovalho consegue imprimir um novo jeito de narrativa na dança. Inteiramente dançada com vozes gravadas de artistas populares nordestinos, a coreografia transforma os depoimentos em situações bem- humoradas.
quinta-feira, 3 de abril de 2008
Pequena história da Quasar
Em 1988, aos 24 anos, Henrique Rodovalho decidiu-se pela carreira de coreógrafo. Como a maioria dos criadores de sua geração, a inquietação em encontrar um estilo próprio deu a ele coragem e marcou a carreira da companhia que, também em 88, ajudou a fundar ao lado de Vera Bicalho, a Quasar Cia de Dança, em Goiânia, sua cidade natal. Rodovalho fez educação física e artes marciais. Conheceu a dança depois, no no meio acadêmico. Encantado, resolveu mudar-se para o Rio de Janeiro. Nessa busca, a ginástica, a dança de rua, a luta tornaram-se recursos para sua investigação. Somem-se a isso técnicas de dança moderna e ritmo urbano.
A Quasar traçou seu caminho ao longo dos vinte anos de existência em meio a essa pluralidade e a uma grande habilidade corporal. E Goiânia não representou um exílio cultural nem uma acomodação intelectual. O país é que voltou seus olhos com curiosidade para a dança que se fazia por lá, guiada pelo nome de Rodovalho.
Ele se tornou o criador aplaudido por traçar um modo de dançar urbano em constante diálogo com a cultura brasileira. Suas coreografias são de grande precisão técnica, feitas de movimentos matemáticos, calculados e, ao mesmo tempo, fluentes no modo como um gesto se liga ao outro. Na estranha harmonia criada por Rodovalho, o corpo não atua em uma simetria convencional: a cabeça pode deitar para um lado, enquanto um braço e os quadris vão para lados opostos; trata-se de um corpo de múltiplos vetores impulsionando os gestos. Em grande medida, a comoção dos espetáculos acontece pela decisão de explorar o vocabulário físico no limite característico, que nos permite observar seu sofisticado corporal.
Nesta comemoração de 20 anos, a Quasar Cia de Dança merece e encontra um lugar na primeira fila na dança contemporânea brasileira.
quarta-feira, 2 de abril de 2008
Tempos clássicos 2
Mas queria colocar duas novas questões: a primeira edição custou R$ 19,99 e as novas serão R$ 39,99. Não é um preço muito atrativo para banca. Apesar de ser um pouco mais barato que as versões importadas, ainda é caro. Outro ponto, os libretos são ruins. Ou melhor, eles não trazem nada realmente complementar à obra (no caso de Branca de Neve ele nem diz de quando é a montagem). Com tanta falta de informação sobre dança, isso seria de grande valia para quem compra.
Ruth Rachou e a dança em São Paulo
Ruth Rachou faz parte da geração que apareceu pela primeira vez com o Balé do IV Centenário (um marco decisivo na história da nossa dança). Depois do precoce fim da companhia, participou de vários grupos e montagens, até criar sua própria escola, em 1972, onde até hoje é responsável pela disseminação da técnica moderna de Martha Graham. Mais do que isso, ela fortaleceu a carreira de outros importantes nomes da dança, como Célia Gouvêa, Mara Borba e José Possi Neto.
No livro Dança Moderna (São Paulo, Secretaria Municipal da Cultura, 1992) a pesquisadora Cássia Navas faz uma interessante relação entre o nascimento da dança moderna e o da dança paulista. Ela escreve assim:
“Isadora Duncan (1877-1927), Maud Allan (1880-1945), Loie Fuller (1862-1928), Ruth Saint-Denis (1879-1968), Mary Wigman (1886-1973), Martha Graham (1884-1991), Doris Humprey (1895-1958). Na gênese da dança moderna, a maior parte de seus construtores era mulheres. Várias pesquisas tentam dar conta do porquê desta especificidade, sem, contudo, excluir de suas considerações o papel dos homens na modernização da linguagem. Esses estudos apontam para possibilidades diversas, como a ligação entre os movimentos feministas da virada do século e a primeira geração da dança moderna. Quando se pensa na experiência paulista na dança, esta característica histórica salta aos olhos: professoras, coreógrafas e bailarinas modernas espalharam suas práticas e idéias na cidade, atuando em campos diferenciados das artes, educação e cultura. Funcionaram como matrizes de inquietações e novidades, influenciando, através de suas aulas, espetáculos e palavras, algumas gerações de artistas da capital.”
Ruth Rachou pertence a essas mulheres pioneiras, que trouxeram investigações e disseminaram novas formas de olhar o corpo e a dança. Seu trabalho e persistência merecem essa e outras comemorações.
segunda-feira, 31 de março de 2008
Alegrias do corpo
O corpo vai se adaptando e, no meu caso, muitas vezes, esquecia que estava grávida. A barriga não incomodava (e ainda não incomoda, apesar de estar grande), não pesava demais, não me impedia de nada. O mais interessante é perceber as alterações no equilíbrio, vou ficando mais para frente ou para trás conforme a posição; a falta de abdômen me dá mobilidade lateral, para levantar, posso rolar para o lado, para abaixar, giro mais o tronco; a possibilidade de integridade entre todas as partes do corpo, para ficar de cócoras ou agachada, as torções são mais solicitadas, por exemplo.
Eu me identifiquei desde o princípio com esse método porque acredito nesse corpo que se adapta e ganha com as novidades, respeitando os limites, não impondo padrões fixos, e facilitando os deslocamentos. Ainda faltam dois meses e tudo está caminhando para o parto normal que quero. O corpo tem dessas felicidades.
sexta-feira, 28 de março de 2008
Os tempos clássicos
No Brasil, o acesso é infinitamente mais restrito. Os motivos são vários e de todas as ordens. Mas, a umas duas semanas atrás, encontrei na banca uma coleção que se chama O Melhor do Ballet, da Planeta DeAgostini, com aval de uma das mais reconhecidas bailarinas brasileiras, Ana Botafogo. São vídeos com os famosos balés de repertório. A primeira edição na banca traz uma versão do Royal Ballet para O Quebra-Nozes e um outro balé, Branca de Neve, coreografia de Ricardo Cué.
A primeira coreografia é, ao lado de O Lago dos Cisnes, uma das obras mais dançadas em todo mundo, em especial na época do Natal. Eu sempre acredito que essas obras são grandes palcos para os melhores bailarinos. Por isso, mesmo quem já viu algumas vezes, ainda consegue se encantar com as passagens e personagens um tanto caricatos. Em Branca de Neve, como não se trata de uma obra de repertório, faltam algumas informações no libreto, como a data da coreografia, pontos sobre a adaptação.
A iniciativa faz circular informações sobre a dança, mesmo que ainda esteja restrita aos grandes clássicos, com a possibilidade de oferecer a quem gosta a chance de ter uma videoteca com preços mais acessíveis. As gravações são de qualidade, com ótimos bailarinos. Vale a pena.
quarta-feira, 12 de março de 2008
São Paulo e sua companhia de dança
Apesar do clima de avaliação, da visível preocupação das bailarinas, a técnica ainda é a grande responsável pela aprovação ou não. Depois de um tempo, as pessoas que assistiam já conseguiam prever quem passaria.
Para a audição, a direção artística (Iraticy Cardoso e Inês Bogéa, adjunta) deu preferência para quem tinha formação clássica, mas que conseguisse transitar com boa fluência entre outras expressões. Não por acaso, algumas bailarinas que eram visivelmente melhores nessas modalidades também foram classificadas para a final.
A companhia deve ter esse perfil de grande trânsito, capaz de montar um clássico e dançar peças com exigências contemporâneas. A dança promete ficar maior no Estado.