O nome da técnica, “balance alongamento”, pode, em um primeiro momento, assustar. Afinal, tanto tempo parado em uma cadeira faz com que, hoje, o alongamento seja coisa para corajosos. Quando Bianca Marinho, fisioterapeuta e autora do método ao lado da irmã, Jacqueline Santana Porto, explica, ele parece mais claro e menos doloroso: “Trabalhamos as articulações do corpo para que você possa utilizar o músculo sem restrição. É o condicionamento mais saudável possível.” As irmãs, conhecidas no Rio de Janeiro por fazer gente travada voltar a viver mais solta, chegaram a esse método, que combina fisioterapia, RPG, pilates e osteopatia (sistema que localiza e trata as restrições do movimento que atingem o corpo), ao observarem as lesões provocadas pelo esforço excessivo do corpo. Para Bianca, as maiores limitações do corpo feminino também esbarram na questão do “sair de casa para trabalhar”. Não que seja um problema em si o fato de ter uma profissão, mas ficar muito tempo na mesma posição, em geral sentada, prejudica a essência da nossa estrutura. “O corpo não é uma armação para ficar estática. Se ela fica muito em uma posição, começa a causar acomodações que podem levar a possíveis lesões.” Bianca vê de tudo nos atendimentos feitos em sala de aula ou particulares. Mas, hoje, as maiores travas femininas estão nas dores lombares. “Para ficar muito tempo sentada, é preciso uma força abdominal maior, para não comprometer a coluna”, diz. Mais graves, alguns casos chegam até elas com o joelho fora do eixo, pés que vão perdendo o arco. A falta de tempo e de hábito não ajuda para que essa inércia seja suprida. Mais do que colaborar para a flacidez, o que é verdade, segundo Bianca, ficar muito tempo sentado provoca uma restrição muscular que, por sua vez, vai restringir a ação. Ou, em outras palavras, os movimentos ficam mais difíceis, mais doloridos. A receita para melhorar a situação vai desde caminhadas simples, usar escadas, quando possível, eliminar o sedentarismo sem exageros, sem correr o risco de machucar-se.
(Publicado na revista TPM, edição 66, junho 2007)
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