Fui ver o novo espetáculo de Célia Gouvêa, Corpo Incrustrado, na escadaria do Teatro Municipal, no último sábado, dia 02 de julho. Desde o início do meu mestrado* (defendido em junho passado), estava rondando seus trabalhos. Como na década de 1970, seu despertar como coreógrafa, Corpo Incrustrado incorpora à dança outras artes; nesse caso, o teatro e a música.
Célia tem a capacidade de realmente integrar um ao outro, sem soar colagem, e faz do edifício, presente na imaginação e na cidade, e de sua arquitetura pontos de partida para a peça.
No começo, no segundo andar do prédio, um grupo de cinco atores, vestidos à moda de um teatro dell´arte, ocupam as sacadas em poses reais. No meio, um saxofonista, que manterá o som de todo o espetáculo. Os bailarinos surgem pela entrada principal, todos em branco e preto, e ocupam o desenho da frente do teatro.
A montagem não foge de sua concepção, ocupar o lugar, dar vida ao que parece localizado em um tempo distante. Os 14 bailarinos dançam nas escadas, muretas, postes, portas, monumentos, em plena luz do dia, com tudo acontecendo ao lado, o comércio, a música, o passeio. Eles vão se misturando em grupos pequenos, trios, duetos, solos, com muitas cenas simultâneas. Um novo tempo para Célia Gouvêa.
* Mestrado defendido na Puc-SP - A crítica e a dança - uma análise de suas relações na cidade de São Paulo
Um comentário:
O MÁXIMO...EHHHHH
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